Soneto
Deitada na rede, a balançar me traço...
Sob o inviolável lacre do teu braço!
E amiúde, a lua, vem se humilhar:
Desmaia em lençóis de luz a palpitar.
Cheiro de morangos, frescos, carne e lábios...
E ao som do tango, nem poetas nem sábios
Fotografam o gosto de um gesto largo,
Desta mão sem pouso e sem pó e sem cargo.
Mil estilhaços do folclore em minueto:
Sequer a voz rouca sussura no dueto.
São os meus olhos que se voltam para ti.
Sugo do nanquim, às pressas, teu contorno.
Deságua violentamente, em transe morno.
E esta alma se precipita para mim.
26.11.02 - 02:00AM
11.29.2006
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