11.29.2006

Soneto

Deitada na rede, a balançar me traço...
Sob o inviolável lacre do teu braço!
E amiúde, a lua, vem se humilhar:
Desmaia em lençóis de luz a palpitar.

Cheiro de morangos, frescos, carne e lábios...
E ao som do tango, nem poetas nem sábios
Fotografam o gosto de um gesto largo,
Desta mão sem pouso e sem pó e sem cargo.

Mil estilhaços do folclore em minueto:
Sequer a voz rouca sussura no dueto.
São os meus olhos que se voltam para ti.

Sugo do nanquim, às pressas, teu contorno.
Deságua violentamente, em transe morno.
E esta alma se precipita para mim.

26.11.02 - 02:00AM

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi amor, passei para ler seus textos, sempre sóbrios, ora lúcidos, ora eloqüentes mas sempre sinceros e nús de qualquer máscara, doa a quem doer.
Um super beijo do teu fã. KK