2.24.2009

♫ Close to you ♫



E é assim que eu me sinto quando estou perto de você. Com saudades de mim...

2.20.2009

Não sei necessariamente o que me deixa tão abatida a ponto de engolir um choro, a ponto de me sentir desconfortável diante de tanta coisa.

Um choro quase que oprimido pela moral, pela sensação de perda. A perda do que nem se teve, porque nunca lhe foi de direito.

A dor de quem queria ter, mas não teve. A consciência grita e sabe que não tem como exigir, não tem como dar uma de louca. E eu dei. Tentar achar um errado e apontar o dedo na cara, não é o que resolveria agora. Quem é o intruso de onde, e quem é que deve o que e pra quem. E seria realmente isso?

Tão inerte, não me sinto bem, e não me sinto no direito de cobrar nenhum tipo de explicação. Elas não seriam válidas, elas não veriam do jeito que eu queria. Mesmo porque até aqui acho que eu sou a intrusa. Uma intrusa que caiu de paraquedas, e que por ser um ser humano passivel de erros, se acha no direito de ser grossa e cobrar algo. Não, eu não devo, só tenho o direito de ficar encolhida nos meus medos, com o coração tão miúdo a ponto de sumir e com a alma transbordando de lágrimas, opaca, escura..... Isso eu tenho direito.

Não sei dizer realmente o porquê é assim quando eu penso nisso e quando eu penso nele. Qual a diferença enorme que me faz? E porque faz?

Talvez minha sina é esta, querer algo que de tão dificil, e que de tão impossivel se torna um atrativo.

Atrativo de dores? O que eu quero pra mim não combina com esta dor. Queria quebrar uma lacuna, queria tanta coisa. E esta tanta coisa não se dá, não se doa.

Só dói.

2.18.2009

Despretensiosa Pretensão


Pretensão é uma palavra relativamente nova para mim, pois aprendi, recentemente, a perceber que ela está embutida, com a cara mais deslavada do mundo, nas entrelinhas da minha "humildade", "compaixão", "prepotência" ou "benevolência". Ser bom não implica necessariamente ser moralmente aceito, de comportamento exemplar e lustroso. Ser bom é ter a cara de pau necessária, é conhecer o direito do outro e agir de forma que sua conduta não contrarie sua própria vontade e nem corrompa o ambiente alheio. Ser bom, não é ser mediocremente submisso, não é enganar para aliviar um sofrimento. Isso é terrívelmente mau. Ser bom é agir de acordo com si mesmo, sem que isso seja colocar o outro num labirinto pré-fabricado de prepotência. E então eu pude ver as duas faces da pretensão. Uma delas pisca para mim cheia de simplicidade e amor próprio, sorridente de altruísmo. A outra? A outra é feia. Cheia de verrugas no nariz, a me fitar de soslaio. Eu sou uma pretenciosa nata. Não tenho um desviozinho de coluna sequer, caminho sempre com os ombros à altura do meu queixo. E também acho que se Jesus deu o ar da graça realmente à Terra, algum dia, com seus pés descalços, foi porque queria mostrar que todos nós podemos ser como ele foi. Eu posso ser Jesus, com outro nome, outro sexo, com filhos ou infértil, loira, negra, fumante ou não, você também pode, isso se você não me disser, antes, que isso é uma heresia. Eu não tenho é a pretensão de convencer alguém com mentiras, achando que sou a picanha mais bem temperada da cozinha, mesmo porque existem milhares de vegetarianos por aí. Mas eu sabendo que sou uma picanha temperada com exclusividade e requinte, dou-me o direito, sem auto-condicionamento, de querer ser tratada como tal. E saber que isso é plenamente possível. Pois há paladares muito mais refinados do que se imagina, por aí. Nós é que somos humildemente conformados. Nos conformamos com a pretensão de sermos "bons" e "pacíficos" passivos de merda. Quantas vezes tampamos a nossa fervura interna, de mudar o caminho, de intervir em algo, de tomar o volante nas mãos e aprender de uma vez por todas a dirigir, ou a pegar um atalho, ou iniciar uma viagem inédita? Sou pretensiosa incorrigível, daquelas que acha que pode mudar o mundo e ainda mais além: que sabe que muda. Assim como qualquer um que acredite nisso de forma espontânea. Sou pretenciosa quando uso a ironia para despir o óbvio, quando pessoas se fazem, propositalmente, de mortas. Sou maravilhosamente prepotente neste ponto. Tenho a preciosa prentensão de eleger a roupa transparente nas minhas relações, e ser quem eu sou pura e simplesmente, porque quero. E tomar tapas absurdamente pesados e receber recompensas singelas por isso. Porque a leveza de me deixar manifestar só compensa o fardo de encarar a raspa de "final de festa à fantasia". A coisa fica feia quando achamos que somos prepotentemente indispensáveis, por declarações abertas ou nossa intuição, ao passar a manteiga saborosa da nossa fé ingênua no pão murcho e sem miolo alheio. Ou ser prepotentemente conveniente em exceder na geléia sobre torradas mofadas. E depois nos eximimos da culpa! Quando guardo minhas lágrimas ou deixo-as rolar, quando dou risada no exato momento ou em momentos inoportunos, quando pareço desequilibrada ou frágil, quando grito ou consigo dialogar, quando me acho a melhor ou a pior mãe, filha, amiga, irmã, cidadã do mundo... Quando erro, quero ser convecida com bons argumentos, para assumir, corrigir ou aprender a olhar diferente. Quando abaixo a ditadura e quando acho que preciso de ordens para me disciplinar. Sou pretenciosa porque escrevo o que penso e ponho a público. É claro que, se espera elogios, mas também prevê-se a crítica. Porque guardar meus pensamentos por vergonha ou imperícia é pretensão de atingir aplausos. Aplausos, quem não quer? Adoro! Pretensão deliciosa. Mas também gosto do silêncio da reflexão alheia. Mas guardar tudo esperando ficar bom é ter a pretensão de ser o próprio mestre daquilo que se pensa ignorar. É a pretensão em não aceitar visões diferentes, muitas vezes, construtivas, pior que isso, não ter curiosidade de saber. Eu tenho a pretensão de não acreditar no destrutivo. Eu quero ser amada, aclamada e não esquecida pelos que amo. Mas não posso subentender que sou essencial para todos. Sou essencial para quem quer, e muito, muito obrigada por este privilégio! Tem muita gente querendo, mesmo que não seja aqui, agora, sob um teto ou sob este exato momento. Sou pretenciosa porque penso que o universo contém tudo aquilo que necessito e molda as peculiaridades de nossas fantasias. E para mim o universo é mais do que uma prateleira de coisas que se pode ter e que se quer. É uma oferta inesgostável de coisas à nossa disposição. Algumas tem um preço para aquisição, e sou pretenciosa no sentido de achar que muita coisa vale o seu preço. E que o preço não é um castigo, mas uma oportunidade de merecer ou reconhecer o valor do que se quer. E sou pretenciosa de achar que mereço. E que também sou capaz de merecer o que nem imagino.

2.14.2009

".. A vida? Quero bebe-la a longos tragos.."

Escrever inteiro nunca foi o proposito daqui, pois bem, assim continuará.

Até onde ser vazia e até onde ser uma pessoa completa? Até onde posso ser fútil e até quando útil? Até onde quero permanecer intacta com as "porradas" que levo vida afora?
Posso ou não posso lutar no angu pasteurizado? A sopa de letrinhas vira uma porquice só.

Esquecer, correr, lutar.
Três palavras onde duas se contradiz com uma. Não perco nada. Apenas ganho, não vejo tudo sendo tão ruim e nem tão bom.

Sou tola quando preciso ser, e nunca dou ponto sem nó. Às vezes os nós não duram muito tempo e se transformam em laços. Não gosto de fazer nada incompleto.
Dúvidas me perseguem, mas o que são as dúvidas neste momento? Os 'achismos' podem ou não se tornar certezas.

E sinceramente, não sei se quero saber de algo. Só quero PAZ.

Eu fui indo indo indo e só hoje eu vorti fondo.


Oláaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

Mas que saudade de postar aqui! Mais de anos que havia esquecido a senha, o login...
Perguntem se lembrei! Nananão... Usei aquela sentençazinha grifada "esqueci a senha" e pliiim, mágica! Lá estava a dita cuja da muleta pra memória, todinha no meu e-mail. Em pensar que eu sempre tive preguiça de clicar no link e bla bla bla... Também, uma porção de senha pra memorizar... Logo eu, que sou péssima com algarismos numéricos aplicados em qualquer finalidade (datas, senhas, conta de banco).

Em breve, um pouquinho de lero lero para desenferrujar as juntas dos dedos das mãos. Se bem que fiquei tão feliz que poderia até escrever com os dedos dos pés. Bateu uma nostalgiazinha assim, safada, de palavra que quer se despir...

Vivi, tô na área de novo...

Beijos
PS> Eu não tô nem aí pra reforma ortográfica - não hoje - não nos meus textos informais.

2.01.2009

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,
mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto;
e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

(Oscar Wilde)