12.28.2006

Chão de Giz

Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos a me torturar
Fotografias recortadas em jornais de folhas,
Amiúde…
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes
Disparo balas de canhão é inútil
Pois existe um Grão-Vizir
Há tantas violetas velhas sem um colibri
Queria usar quem sabe uma camisa de força
Ou de Vênus
Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom
Agora pego um caminhão na lona
Vou a nocaute outra vez
Pra sempre fui acorrentado
No seu calcanhar
Meus vinte anos de “boy”
That’s over baby!

Freud explica
Não vou me sujar fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes já passou o meu carnaval
E isso explica porque o sexo é assunto popular
No mais estou indo embora
No mais estou indo embora
No mais

Um dia, tanta coisa parecia ter sentido. O ser. O ter. O querer.
Nada seria como antes, mas poderia. E como poderia. Agonia no peito que lateja.
Como diz uma certa música: "...E não adianta nem me procurar em outros timbres, outros risos eu estava aqui o tempo todo só você não viu"

E não é que eu vou me lembrar de você pra sempre? ele tem sua cara, todo mundo diz.

Hoje é um bad day

12.25.2006

Hoje....ontem...sei lá.

LÁZARO
José Régio

Por damascos e púrpuras de rei
Despí, lá fora, os meus vestidos velhos,
E entre o tumulto, as luzes, os espelhos,
Insólito conviva, eu me assentei.

Erguendo a taça de cristal, brindei;
Quebrei a taça de cristal nos joelhos...
E apertando nas mãos lírios vermelhos,
Ensaiei risos fúteis e cantei.

Assim vós me julgastes um dos vossos,
E a mesa do festim me recebeu,
E me coroaram de hera em flor os moços.

E quando tôda a orgia adormeceu,
Só eu, só eu me vi roendo os ossos
Dêsse banquete que não era meu!


Belíssimo poema, apresentado nas aulas de literatura portuguesa. Inclusive errei a questão sobre ele da prova final. Refletindo sobre o erro, assimilei coisas mais profundas e coerentes. Vale a pena ler! Não reflete o meu momento, nem chega perto....mas não sei porque me deu uma vontade de publicar isso...

12.11.2006

Lembranças de um futuro bom

Lembro dos teus trajes, uma camisola, branca, quase casta. Reluzindo entre aberta, me chamando.
Uma lágrima que correu, e um pedido rejeitado, e mesmo assim ainda amando.
Lembranças de um futuro que não aconteceu. Dúvidas que ficaram. Da dor brotou o fruto, e o fruto permanece.
O dia, aquele dia no carro, como esquecer? Me ensina a tirar apenas do peito a dor que ainda lateja.


11.29.2006

Soneto

Deitada na rede, a balançar me traço...
Sob o inviolável lacre do teu braço!
E amiúde, a lua, vem se humilhar:
Desmaia em lençóis de luz a palpitar.

Cheiro de morangos, frescos, carne e lábios...
E ao som do tango, nem poetas nem sábios
Fotografam o gosto de um gesto largo,
Desta mão sem pouso e sem pó e sem cargo.

Mil estilhaços do folclore em minueto:
Sequer a voz rouca sussura no dueto.
São os meus olhos que se voltam para ti.

Sugo do nanquim, às pressas, teu contorno.
Deságua violentamente, em transe morno.
E esta alma se precipita para mim.

26.11.02 - 02:00AM

10.24.2006

sem tempo

ah! vida corrida, minha vida...

Abandonamos o superfulo achando que a vida irá desamontoar as obrigações. Que nada! Tudo continua amarrotado. Roupas pelas cadeiras, textos grifados a serem lidos, chão molhado esperando o pano.
Tudo continua bem bagunçado.
Levanta, corre, faz, corre, pega, corre.. o andar não existe mais, vicio nas corredeiras, segue o fluxo..
Nos alienamos às rotinas que foram empregues por nós mesmos...
Tempo? o que é o tempo que corre entre os dedos e que não vemos nada. Palavra extinta do vocabulário de qualquer paulistano.

9.07.2006

Homenagem a Vinícius de Moraes

Poema de Natal

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Prof. Silvio Luis Scalco Bedani é o caraaaaaaa!!! Valew prô! Foi pra mim que eu sei!!! hehe

Desculpe people, não deu para segurar, tenho que compartilhar as explosões cardíacas.....

Palavras semi-nuas

Hoje, lendo Florbela Espanca no metrô, revivi um suave desencontro graças a covardia. Relembrando:

Soneto da Ausência

Essa tua ausência mata-me a alma,
Tua busca necessária, não é calma.
Há pedras, intransponíveis, espinho,
Seres medonhos no sombrio caminho.

Meu louco ímpeto de prosseguir,
Caí (logo desmaia) após se ferir.
O meu otimismo todo esfolado,
Ergue-se do chão, apesar de cansado.

Fixa idéia que não quer desistir,
Ela crava suas unhas em meu ser.
Então intima-me: Não vai deixar-me!

Forças abstratas, sempre a persistir,
Tem função de calejar, fazer crer.
Não poderei eu, achar-te sem sofrer?
( Thalita - 06/2001)

8.18.2006

sutilezas

As palavras poderiam não ser mais palavras. O mundo me acorrentou nas incertezas. A grosseria, o descaso, e o egoísmo fazem parte da rotina que me cerca...
O grito está entalado na garganta, nada é como eu acreditei um dia.
A frieza de sua caduquice me enoja. Onde foi que meus pés erraram o caminho? Onde deixei os rastros? Queria asas para voar, e um lugar que pudesse ser eu mesma sem parecer tão desconexa do mundo.

8.10.2006

Algumas coisas que nunca lhe contaram sobre a gravidez (ou que já contaram)

Você acha lindo ver uma mulher grávida pela rua, acha aquela “barriguinha” linda, pois é, só achará linda nos outros, em você, nunca...

- Sentimos muito enjôo, quando achamos que passando o 3º mês as coisas irão melhorar. Ledo engano, logo após vem a azia. (sem folga de mal estar!)
- Dores pelo corpo. Suas costas, seus pés, suas pernas doerão e muito. Não verá a hora de encontrar um banquinho e ali permanecer, não por muito tempo, já que ficar na mesma posição durante algumas horas dói do mesmo jeito.
- Dormir bem? Jamais, o corpo prepara os 9 meses de gestação para você acordar de 3 em 3 horas ( em média ) para as mamadas noturnas, posição de lado, às vezes dói a barriga, de barriga pra cima : falta de ar na certa. Ir ao banheiro pra fazer xixi a todo instante, parecerá que você bebeu litros de cerveja, quando vai ver, tem SÓ um pingo.
- Terá picos de sonolência e picos de insônia.
- Lá pelo 5º mês você sentirá uma dor na região dos quadris, e a coluna então nem se fala, são seus ossos se abrindo para o bebê que está crescendo.
- Seu humor ficará variável, chorará pelo comercial de margarinas, ou porque uma unha sua quebrou, se irritará com mais freqüência, seremos kamikazes emocionais, ou seja, estaremos em TPM constante.
- Suas roupas, qualquer roupa, até aquela gigantesca que você nunca conseguiu colocar porque era grande ou larga demais, não servirá, seu guarda-roupa vai pro espaço, recusará diversos lugares pra ir, pois não se sente bem com nada. Se achará gorda ao invés de grávida, principalmente nos 4 primeiros meses.
- A fome é incontrolável. A ansiedade idem. Comerá pratos que nunca imaginaria comer. Desejos absurdos, pratos de pedreiro... Logo a balança grita e pede para que você pare de comer. Em vão, você não conseguirá.
- Você acha que o seu parceiro, namorado, marido etc. vai te entender? Vai te ajudar? Não, ele não lhe entenderá quanto menos ajudar...
- Lá pro final , 7/8/9 meses, se sentirá a própria pata choca. As simples coisas que você fazia em questão de segundos será uma eternidade. Enxergar os pés? Não, não se iluda, colocar um sapato, muito menos. Horrível.
- O nenê mexe lá pelo 5º mês (depende da sensibilidade da mãe), no começo são leves e sutis e você se emociona a cada mexida, no final da gravidez, são dores, é um misto de alegria e dor. Cotoveladas, chutes.. rebuliços, barriga torta. (essa parte é a mais legal, mas dói)
- Você virará propriedade pública. Não tem um ser que não te vê e que não queira dar uma passadinha de mão na sua barriga. “Ahhhh que linda sua barriga” e sem ao menos um “dá licença” mãos e mais mãos em cima de você.
- Não terá lugar nos ônibus, não se iluda! Ninguém dá lugar. No Metrô ainda respeitam, ônibus? Nem pensar. Ou você pede, ou ficará em pé até o final do trajeto.
- Filas? Apesar de ser DIREITO seu passar a frente dos outros, ainda sim, estes lhe olharão torto. (brasileiros não tem educação e respeito, nem todos, mas a maioria!)
- No final da gravidez, vocÊ leva um susto, sua barriga que quase não era perceptivel, torna-se imensa, algo gigantesco, aí sim, choramos... Medo das estrias, celulites e de o corpo nunca mais voltar! (mas volta, é só se cuidar)

* São só alguns tópicos, se eu me lembrar de mais alguma coisa, volto aqui. Se alguém lembrar, por favor, comentários são bem-vindos!


* Lembrando que são só visões da minha gestação, e que sou feliz por ter um filho. A gestação é um momento único e sublime, somos um ser iluminado por poder gerar uma vida, realmente é um momento LINDO, mas existe seus contras, que quase ninguém comenta. Acho que não passaria de novo, costumo brincar (falar sério!!!!) que ele será filho único!

Um adendo..

A Intenção do blog não é esta, mas preciso deixar este poema aqui, amo Pablo Neruda, ele diz muito em cada linha. Aliás, quase tudo.

Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para comerçar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.

Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo."

Cem sonetos de Amor"

8.05.2006

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Vão
Todos
Todos
Vão
Ovão
caput
aquém
pariu

8.04.2006

"Ignobil"

Cada dia que passa eu tenho a mais plena certeza que eu sou ignorante e não conheço metade das coisas que poderia conhecer (ou não poderia, mas gostaria!)Me compararo então ao cocozinho do cavalo ( e do bandido!!)...Sou uma parcela muito pequena dentro do mundo, que se perde na contagem de tão minuscula que sou. Acho que sou uma grãozinho de areia querendo abraçar o mar..

8.01.2006

O acaso do descaso

E não é que foi só dar duas respiradas a mais pra começar a colocar a mão na massa, e eu já perdi o folego?

Tragam-me um copo de água. Álias, um não, dois. Mas pelo amor, não me tragam mais frio, pois o corte brutal da linha de racicionio vieram das mãos.

7.31.2006

Tudo leva a crer...

Sabe o gosto que tem o movimento enguiçado de uns lábios defuntos que roçam nos seus?
Sabe, quando a boca esfarelada se esturrica com a indiferença interior e despeja litros de saliva ácida, fabricadas pelo ócio da aorta?
Movimento mecânico, incômodo, nauseante. A gente sempre acha que degustaría do prazer ao engolir, a longos tragos no gargalo, o líquido rançoso de um vidro de vinagre.
Ah...que pueril!Querer transformar o vinagre em um vinho bom enquanto transformam em amélia uma mulher de verdade.
E a amélia gostou, amou e foi fiel, porque comeu o pão que o diabo amassou e se fartou do vinagre para desentalar o miolo.
A amélia boazinha que morreu numa quarta feira de cinzas e pó e nada, de causa mortis o veto dos beijos cadavéricos, celebrou a própria morte regurgitando o vinagre pelo nariz. A vida esbofeteou seu rosto e sussurou a palavra kum com seu nome de batismo. O elixir amargo dá dores de estômago, toma mais docinho que é melhor.

7.27.2006

Gostos

Ovo,
gema de ovo,
só gosto de gema mole...

e você?

7.25.2006

Espelho, espelho meu

Ridícula, tola, imbecil, enganável...
O espelho devolveu estes contornos, ontem, enquanto encaravam-se. Ao invés de indagar se havia alguém mais bela, o espelho foi quem examinou a figura através de seu reflexo...
Ria-se, tentando descobrir se já havia refletido alguém mais patético.Certamente que não. Era aquela,de todas, a figura mais esfarrapada, miúda por entre os trapos de sua auto-estima.
Sentia-se injustiçada, trêmula e impotente, transpirandoo fel da revolta. A vista turvou-se com a constante mastigação da mente,mais frenética e barulhenta que uma vaca ruminando um chiclete de capim. A revolta estilhaçou-lhe a aura negativa. Uma deliciosa revolta que desaguou numa nudez modesta, quase frontal.
Os olhos queimaram do frescor do vento da queda livre...A liberdade!!! Finalmente, a liberdade e os ventos que ela faz soprar no rosto macio!! Dissolvendo o egoísmo repressor das coisas dignas e a maldade que sugestiona as cabeças vadias, escolheu se livrar das justificativas inúteis, da falta de crédito que recebeu no lugar do excesso que merecia. Decidiu, de uma vez por todas, carregar até o fim a cruz da verdade crua e simples. Porém, desistiu de chorar as dores intensas que fervilhavam da censura e da retalhação, da crueldade das injúrias cravadas em sua honra. Sua retidão bastou a si própria, ela esqueceu os caluniadores e pobres de espírito.
- Agora sim, posso dizer que não existe ninguém mais bela, branca!

7.24.2006

Anestesiada

Anestesiaram tudo, a única coisa que sinto são minhas mãos agitadas e frias. Meus pés continuam fincados no mesmo lugar, inertes a tudo e a todos. Criei raízes tão fortes que vou virando conforme a brisa sopra.
Essas mesmas mãos que se agitam não dizem nada. Foi cortada até minha capacidade do expressar. Praticamente virei um vegetal, dos meus sentimentos e vontades.
Quando isto aconteceu? Onde fui que perdi a última essência de viver ? Não, não é um viver qualquer e genérico. É o viver de realizações, dos sentimentos a flor da pele, o palpitar incansável de um coração a espera de outro. Há duras pedras. Há ainda o toque e o cheiro, são saudades incansáveis de sentir.
Os ouvidos, estes ouvem apenas músicas que traduzem um pouco do que sinto, mas que não crê em nada do que é dito. A boca só serve de alegoria aos tristes olhos que lhe fitam. Acho que perdi realmente minha porção de mulher.


Não era nada disso que eu queria escrever, saiu isso. A verdade é que mal consigo escrever um texto, estou anestesiada de sentimentos que, talvez, poderiam ser expressos aqui neste canto. Travei os dedos, está é a realidade

7.11.2006

A dose diária de farpas

Às vezes esperamos que dentro de casa a comunicação flua bem, os fazeres, que talvez nem sejam tão ao alcance da realidade, não seja um motivo a mais de discórdia.
Tentar reconhecer os erros e assim fazer, soa tão pouco pra quem sempre esperou mais... As palavras só servem, até então, para machucar.
Criamos laços de desavenças a troco de hierarquias... Quem manda em quem, e quem pode mais.
Tudo já se tornou tão banal, tão corriqueiro, que nem as lágrimas, simbolo de quem sofre, caem... O descaso é evidente, mas não haveria outro modo de ser.
Esperamos talvez, que o abraço, aquele que nunca foi dado, soe como pedido de desculpas... Mas não haverá, nada acontece.
Ficamos assim, inertes a tudo, esperando as coisas acontecerem e de braços cruzados pro mundo.
Não haveria de ser uma familia feliz, realmente.

7.07.2006

Sendo reticências..

Olha só que ironia, eu que tão pouco tempo escrevi sobre estar cansada de ser reticências, me vejo sendo novamente...
Não consigo traduzir muitas linhas, por enquanto, que não falem de sentimento e de conflitos internos e externos.
Tentar entender o ser humano, suas atitudes e suas faltas, está longe de mim. Mas eu me indago diversas vezes, procuro por inumeras vezes explicações plausiveis que meu intimo não trará. Reluto em ouvir a voz da verdade, às vezes doi menos se enganar - pelo menos temporariamente.
Existem sempre dois caminhos a serem seguidos, e eu escolho sempre o errado. Talvez porque o brinquedo proibido sempre é mais gostoso de ser mexido. O sinal vermelho, por diversas vezes é ultrapassado pela sensação de perigo. Não sou nenhum kamikase, mas até pareço ser, alias, quem nunca se sentiu assim?
Sem parecer tola, queria somente ter o direito de ser feliz

Brasileiros do meu Brasil

A "Copa do Mundo" era um dos meus eventos favoritos, pois sempre tive interesse por todos os gêneros esportivos. Já este ano senti uma revolta imensa contra o futebol, contra a violência incorporada junto ao fanatismo das torcidas, contra a " Política do Pão e Circo" (adaptando para o cenário brasileiro: "Pizza e Circo"), contra o povo besta que CHORA por causa do gol perdido e aquela palhaçada toda, mas que acha graça do formigueiro agressivo e irritante que nos invade nos ônibus e metrôs, acha que somos "fresquinhas" por não querermos pagar o ônibus quando a lotação está absurdamente acima do permitido, que dá um safanão na orelha do próprio filho pequeno que tem vontade de comer algo que não seja arroz e feijão, mas que enfia o rabo entre as pernas para os gritos do patrão...
A eleição ainda é esse ano?
Por isso aqui vai o meu protesto à terra brasílis:

Pátria
Bela prostituta dos seios fartos
Carinhosa com teus gringos
Falida para os teus filhos
Cosméticos importados
Para disfarçar o azedo
De suas doenças venéreas.

7.05.2006

Opa, peraí, não sobrou pra mim?

Sabe lá o que os pessoas querem realmente da vida...
Buscamos a diplomacia, na maioria de nossas atitudes. Pergunto-me constantemente se esta atitude moralmente plausível, pode fazer com que a nossa alma palmilhe satisfeita pelos labirintos da vida. Em minhas vivências tenho experimentado muitos sentimentos intensos, desde tatear as trevas da raiva até o engasgar com alegrias febris. Porém, a incerteza em relação à minha recuperação, depois dos tombos que vêm com os novos solavancos que levo da vida, me obrigam a encolher as idéias fixas. E repensá-las todas outra vez...
Os cigarros, veja que ironia, também me ajudam a pensar. Suprem talvez, o beijo que não me queiram dar ou aqueles que eu não posso oferecer. A diplomacia vem reluzente em sua armadura de prata, sobre o seu cavalo de duras patas fincadas no chão seguro, ofertando o seu sorriso amarelo gratuito, um amarelo gasto.
E é assim que eu me sinto, fazendo um super saldão de sorrisos, sorrisos de segunda linha, tipo réplicas nas quais se costura a etiqueta do original. Estes presentes de segunda linha são mais onerosos do que se pensa, preferimos eles mesmo que tenhamos acesso aos originais.
Uma gargalhada incandescente, espontânea, sadia? Poucos conseguem retirá-la dos escombros que trago no peito.
O que isso tem a ver com mudez? Amordaçamos nossos desejos mais profundos, emudecemos a voz de nossa essência, calamos o estardalhaço de nossos conflitos interiores, censuramos as delícias e o prazer sagrado de nossas alegrias. Esperamos então receber o tão suado salário de nossos próximos, que revelam-se escravocratas de nosso comportamento serviçal?? Talvez soasse muito chula a expressão "Pé-na-Bunda", por isso prefiro omitir as recompensas que costuma-se receber, quando se quer agradar as pessoas contariando a si mesmo.

7.04.2006

Palavras mudas

Já sentiram vontade de gritar para o mundo inteiro ouvir suas vontades, seus sentimentos e tudo o que cerca seu espaço? Mas a única coisa que sai são gritos no silêncio vasto? Exatamente assim que eu me sinto. Ando incompleta. Às vezes é necessário deixar as palavras fluirem...
Aquela velha história de ser reticências me cansou. Enjoou o pouco do estomago que me resta, pela quantidade de cigarros e xícaras de cafés e pelo fato de não conseguir ingerir nada.


Tudo anda meio morno; o morno não aquece nada e nem alimenta o que tem fome, e eu tenho fome e sede de mais coisas a serem vividas. Conseguem compreender, até aqui, onde eu quero chegar?
Esta incostância do dito pelo não dito, as atitudes parecerem tanto faz, tanto fez é alarmante. Queria atitudes misturadas com as tais palavras, as palavras escritas assim, preto no branco.