9.07.2006

Palavras semi-nuas

Hoje, lendo Florbela Espanca no metrô, revivi um suave desencontro graças a covardia. Relembrando:

Soneto da Ausência

Essa tua ausência mata-me a alma,
Tua busca necessária, não é calma.
Há pedras, intransponíveis, espinho,
Seres medonhos no sombrio caminho.

Meu louco ímpeto de prosseguir,
Caí (logo desmaia) após se ferir.
O meu otimismo todo esfolado,
Ergue-se do chão, apesar de cansado.

Fixa idéia que não quer desistir,
Ela crava suas unhas em meu ser.
Então intima-me: Não vai deixar-me!

Forças abstratas, sempre a persistir,
Tem função de calejar, fazer crer.
Não poderei eu, achar-te sem sofrer?
( Thalita - 06/2001)

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