Hoje, lendo Florbela Espanca no metrô, revivi um suave desencontro graças a covardia. Relembrando:
Soneto da Ausência
Essa tua ausência mata-me a alma,
Tua busca necessária, não é calma.
Há pedras, intransponíveis, espinho,
Seres medonhos no sombrio caminho.
Meu louco ímpeto de prosseguir,
Caí (logo desmaia) após se ferir.
O meu otimismo todo esfolado,
Ergue-se do chão, apesar de cansado.
Fixa idéia que não quer desistir,
Ela crava suas unhas em meu ser.
Então intima-me: Não vai deixar-me!
Forças abstratas, sempre a persistir,
Tem função de calejar, fazer crer.
Não poderei eu, achar-te sem sofrer?
( Thalita - 06/2001)
9.07.2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário